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A Obra Mãe
Leia até o final, este trecho do livro da Eliana Boralli – Autismo Limites e Possibilidades em uma Perspectiva Interdisciplinar, que conta a história da Obra Mãe de Amauri, 6 anos, ex-aluno da AUMA.
…A AUMA fez em 1999 uma parceria com a Faculdade de Belas Artes de São Paulo, e os alunos do curso de Educação Artística da faculdade passaram a dar assessoria nas aulas de artes dos alunos da AUMA.
O resultado foi tão positivo que se concretizou a I Mostra de Artes das Crianças da AUMA, no Shopping Eldorado em São Paulo. Brasileiros e estrangeiros adquiriram as obras, cuja sensibilidade exposta motivou a uma colecionadora de obras de arte a adquirir a obra da capa do convite, cujo título é “Mãe”.
E esta é uma história sensível e tocante.
Estávamos preparando as telas para exposição e vários alunos estavam em sala com seus professores estagiários da Faculdade de Belas Artes produzindo seus trabalhos de pintura. Eram telas de 9 cm por 12 cm, e as tintas eram a óleo. Técnicas diversas de óleo em tela.
Eu estava no corredor da sede, que naquela época era a casa do Jardim São Paulo. Então uma professora passa com uma bandeja cheia de telinhas prontas, mas molhadas, pois haviam acabado de ser feitas.
Quando ela passa, acompanho-a com meus olhos e pescoço e peço que volte. Fiquei atônita. Peguei uma das telas e perguntei quem havia feito aquela, que estava no meio de umas 20 outras. A professora e me disse: “Foi o Amauri”.
O Amauri era um aluno órfão de mãe, que naquela época estava com seis para sete anos. Tinha ficado órfão de mãe aos quatro anos. Vivia com o pai, senhor Constantino. O senhor Constantino era um homem simples extremamente carente. Os dois eram muito unidos e viviam uma vida rude.
Separei a tela e pedi que me avisassem quando o senhor Constantino chegasse para buscar o filho Amauri. Quando ele chegou, falei que tinha algo para mostrar para ele e se o que ele fosse ver doesse que me perdoasse, pois é algo muito bonito.
Peguei a tela sem moldura, ainda no jornal para secar e lhe mostrei. Os olhos dele saltaram e marejaram na hora.
Ele me disse: “Foi o Amauri quem fez?”. Eu disse: “Sim”
Ele então me falou: “A senhora me perdoe se vou entrar em assunto de intimidade, mas quando minha esposa estava para falecer, já estava em casa, era eu quem cuidava das intimidades dela: banho, troca de roupa, estas coisas. Este é o corpo da minha mulher”.
Suas lágrimas desceram pelo seu rosto. Ele estava falando da mãe do Amauri. E a tela é um torso de mulher, nu, insinuando estar gravídico.
A história continua narrando o sucesso que foi o evento e a venda da obra “Mãe”, para ver estas e outras histórias da AUMA, junto com todo conhecimento da Eliana Boralli Fundadora da AUMA, entre em contato com a AUMA (11) 3384-6184, que está com alguns exemplares (venda direta da Autora).